Operações de Câmbio

A crise bancária nos Estados Unidos pode afetar o Brasil?

Crise no vale do Silício afeta economia dos EUA

Nas últimas semanas o mundo assistiu à falência de dois bancos norte-americanos e a uma “vaquinha” de 30 bilhões para ajudar uma terceira instituição à beira da falência. Há três principais fatores que geraram essa situação: a crise no Vale do Silício, a alta na taxa de juros do país e a consequente perda da credibilidade do sistema financeiro. 

No dia 12 de março, o governo dos Estados Unidos anunciou o encerramento definitivo de dois importantes Bancos do país, o Silicon Valley Bank (também conhecido como SVB ou banco das startups) e o Signature Bank, também conhecido por prestar serviços a empresas da área  de tecnologia. 

Na quinta-feira da mesma semana, dia 16, o FED (Federal Reserve Board, que atua como o banco central estadunidense) em conjunto com o FDIC (Federal Deposit Insurance Corporation, agência federal responsável por garantir os depósitos bancários) declarou que 11 bancos norte-americanos iriam fazer um depósito de 30 bilhões para o First Republic Bank, que também estava passando por complicações.

Embora o governo norte-americanos tenha agido rápido com a intenção de preservar a credibilidade e estabilidade do sistema financeiro do país, o medo dos correntistas foi inevitável, gerando um ciclo de complicações. 

Aqui no Brasil, vários boatos se espalharam, como o de que algumas fintechs como o Nubank e o Banco Inter iriam fechar. Se você está com essa dúvida ou quer ficar por dentro do que está acontecendo na economia internacional, leia esse artigo até o final. 

Crise no Vale do Silício

Nos últimos meses, o setor de tecnologia passou por ondas de demissão em massa, inclusive em empresas conhecidas como Big Techs, como a Amazon, Microsoft e Google. Especialistas em economia entendem que mais de um fator gerou tantas demissões, mas que o principal deles está relacionado com a pandemia. 

As empresas de tecnologia cortaram mais de 330 mil empregos nos últimos 12 meses, segundo um levantamento da plataforma de pesquisas TrueUp, incluindo 90 mil desde o início deste ano.

A necessidade de isolamento social nos primeiros meses gerou um “boom” no uso da tecnologia, o que obrigou as empresas a contratarem mais pessoas para que dessem conta de toda a demanda adicional. Entretanto, com a volta da rotina comum, essa demanda diminuiu, não sendo mais necessário essa grande quantidade de colaboradores.

A guerra entre Rússia e Ucrânia entra na lista de prováveis motivos para a redução na folha de pagamento dessas empresas. O conflito tem gerado incertezas na economia mundial, principalmente por não parecer que há intenção de trégua entre os países.

O aumento da inflação global neste momento de maior tranquilidade na pandemia também gera impactos e a necessidade de uma reorganização das empresas, a fim de mitigar eventuais reduções na arrecadação.

Aumento da taxa de juros nos EUA

A paralisação das atividades por conta da pandemia derrubou a demanda. Para se adaptar, as cadeias produtivas reduziram o fornecimento de matérias-primas e o resultado foi o aumento generalizado dos preços por conta de uma escassez.

O governo dos EUA buscou evitar a recessão econômica em função da crise sanitária com a distribuição de benefícios às empresas e à população. Em abril de 2020, o Fed injetou US $500 bilhões para conter problemas de financiamentos das empresas, um dos maiores estímulos financeiros da história do país. As medidas também incluíram auxílio emergencial e corte de impostos para atenuar a queda de renda das famílias. 

Se, durante o isolamento por conta da pandemia, o consumo das pessoas reduziu drasticamente, com o retorno das atividades houve um movimento contrário. O aumento da demanda por produtos foi muito alta e rápida, fazendo com que as cadeias produtivas não conseguissem se adequar a tempo. 

O leitor deve saber que há uma relação direta entre a inflação e o consumo, com o aumento da procura por produtos, o valor deles aumenta, gerando aumento na inflação. Um movimento comum em economias liberais para tentar equilibrar a inflação é o aumento das taxas de juros.

Isso ocorre, pois com o aumento da taxa de juros ocorre a redução do valor real dos orçamentos e o encarecimento do crédito, fazendo com que as pessoas consumam menos, diminuindo a circulação de moeda e reduzindo a pressão inflacionária.

Esse foi o movimento do governo norte-americano, que aumentou os juros sete vezes em 2022, chegando a 4,50%. Esse aumento impacta a economia de todo o país e a cadeia de consumo, chegando a afetar os bancos regionais.  

Falência do Silicon Valley Bank

No dia 12 de março, o governo dos EUA anunciou oficialmente o fechamento do Silicon Valley Bank (SVB), conhecido como banco das startups, gerada por uma corrida bancária diretamente relacionada com a situação financeira do país.

O tradicional problema do sistema de reservas fracionária afetou o SVB, que teve descompensação entre os ativos e passivos do banco. Isso ocorreu, pois boa parte dos ativos da instituição estavam investidos no tesouro norte-americano, em ações com longo período de maturação.  

O aumento dos juros do país em 2022, com o intento de equilibrar a inflação, fez com que o banco sofresse com a marcação e mercado e tivesse uma perda próxima dos 2 bilhões de dólares.

A fim de levantar recursos para honrar com a exigência dos passivos, o banco anunciou a venda de ações, causando desespero nos correntistas, que entraram em uma corrida bancária para retirar seus recursos.

Toda a situação causou descredibilidade do banco, atrapalhando a venda das ações e resultando em grande retirada de recursos, tornando o Silicon Valley Bank insolvente. Com isso, o FED interviu, anunciando pagamento não somente dos 250 mil dólares que o seguro nacional cobre, mas sim o ressarcimento total para os depositantes.

Fechamento do Signature Bank

No mesmo anúncio do dia 12, o FED notificou o fechamento do Signature Bank, conhecido por ser o banco das criptomoedas.  O banco já vinha enfrentando dificuldades devido ao colapso do FTX em novembro de 2022, que era era considerada uma das plataformas mais confiáveis de criptomoedas, mas faliu dias depois da descoberta de que suas finanças eram instáveis.

O Signature Bank alegava que as contas da FTX representavam apenas 0,1 % dos seus depósitos totais. Contudo, em dezembro, após a falência da FTX, o Signature disse que planejava se livrar de até US $10 bilhões em depósitos de clientes de ativos digitais.

Além disso, o banco também sofreu com a alta da taxa de juros norte-americanos e com o resgate antecipado de investimento de maturação de longo prazo, para atender a alta demanda de saque dos correntistas. 

Há boatos de que, mesmo após os investidores e depositantes tentarem tirar cerca de US $42 bilhões na sexta-feira, o banco teria reorganizado e estabilizado a situação e que a intervenção do FED tivesse caráter político, relacionado ao envolvimento do banco com as criptomoedas. 

Entretanto, em declaração oficial, o FED alega ter intervindo para garantir a segurança dos correntistas e a estabilidade do sistema financeiro norte-americano, já que o banco não teria condições de arcar com os passivos dos clientes. 

Situação do First Republic Bank 

Ainda que o governo dos Estados Unidos tenha se mobilizado com agilidade para intervir na crise do sistema bancário, não conseguiu evitar a insegurança da população, o que gerou complicações em todo o sistema. 

Essa instabilidade fez com que os correntistas retirassem seu dinheiro de bancos regionais e depositassem em bancos maiores, considerados pela população mais estáveis e com menos chances de quebrar. 

Esse movimento afetou o First Republic Bank, um banco regional da Califórnia, que precisou de ajuda para arcar com os saques dos clientes. Os riscos de quebra e a possível contaminação do sistema bancário fez os principais credores dos Estados Unidos se movimentarem e, após negociações, depositaram US $30 bilhões em reforço às finanças da instituição.

Segundo os especialistas, a crise bancária norte-americana não é um problema sistêmico, mas sim temporário, decorrente de contaminação pela quebra do Silicon Valley Bank e do Signature Bank. 

Como a crise nos bancos dos EUA pode afetar o Brasil? 

Ainda que os especialistas digam que esse é um problema local e temporário, houve preocupação da população brasileira que possuía recursos depositados ou investidos em startups como a NuBank e o Inter.  

Em resposta, a Nu Holdings, Inter&Co e PagSeguro, donas do NuBank, do Banco Inter e do PagBank comunicaram não possuir exposição ao SVB. 

Entretanto, ainda que a crise norte-americana não tenha nenhuma relação direta com a economia do Brasil, podemos sofrer alguns impactos com a perda do apetite ao risco. Isso porque, por sermos uma economia emergente, representamos um risco para os investidores, que podem procurar por investimentos mais seguros nesse momento.

Além disso, a desconfiança generalizada da população e veiculação de notícias com interpretação ambígua podem gerar problemas decorrentes de corridas bancárias no país. Por exemplo, caso a maioria dos correntistas e investidores do Nubank fiquem com receio do banco enfrentar complicações e decidam fazer a retirada de recursos, pode haver o descasamento entre os ativos e os passivos, resultando em uma profecia autorrealizável. 

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