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Rodadas de Investimento: O Que São, Tipos e Como Funcionam as Séries A, B e C

Rodadas de Investimento
Publicado 11 de outubro de 2024.

As rodadas de investimento são mecanismos pelos quais startups captam recursos de investidores para financiar seu crescimento. Elas acontecem em diferentes estágios do desenvolvimento da empresa e têm como objetivo viabilizar a expansão, inovação e entrada em novos mercados. As rodadas são classificadas de acordo com o nível de maturidade da startup, e as mais comuns são as séries A, B e C. Cada uma dessas rodadas tem características próprias em termos de objetivos, valores captados e perfil dos investidores.

O Papel das Rodadas de Investimento para Startups

As rodadas de investimento desempenham um papel fundamental para startups que buscam crescimento acelerado. Nos primeiros estágios, os empreendedores podem precisar de capital para validar seu modelo de negócios, contratar equipe ou aprimorar sua tecnologia. À medida que a startup cresce, o capital levantado nas rodadas permite escalar a operação, expandir para novos mercados e competir com maior solidez.

Exemplo prático: Uma startup de tecnologia captou sua Série A e conseguiu expandir suas operações internacionalmente, desenvolvendo novos produtos e aumentando significativamente sua base de clientes.

Quais São os Principais Tipos de Rodadas de Investimento?

Investimento Semente (Seed)

A rodada Seed (ou investimento semente) é geralmente a primeira captação de uma startup. Esse tipo de rodada é usado para validar o MVP (Produto Mínimo Viável) e testar o mercado. O capital captado aqui costuma ser relativamente menor, focado em startups que ainda estão provando seu modelo de negócios.

Série A

Série A é a próxima etapa e acontece quando a startup já validou seu produto e modelo de negócios. Nessa fase, os recursos são usados para otimizar os processos e ampliar a base de clientes. O foco é o crescimento e a geração de receitas. Investidores buscam startups que já têm tração e demonstram potencial de crescimento.

CaracterísticasSeedSérie A
Montante levantadoGeralmente menor (até R$ 1 milhão)Entre R$ 5 milhões e R$ 15 milhões
ObjetivosValidar o MVP, entrar no mercadoEscalar operações e gerar receita

Série B

Na Série B, as startups já estão em um estágio mais avançado, e o foco passa a ser a expansão agressiva. Com esse novo capital, as empresas podem aumentar a equipe, entrar em novos mercados e solidificar sua presença. Essa rodada é essencial para startups que já têm um produto consolidado e estão buscando ampliar sua operação para novas regiões ou oferecer novos serviços.

Série C e Além

Série C é destinada a empresas que já provaram seu modelo de negócios e estão em busca de expansão global ou de aquisições estratégicas. Nesta fase, o capital captado é ainda maior e visa crescimento exponencial, além de consolidação de mercado. Muitas startups que chegam nessa fase já estão perto de abrir seu capital em bolsas de valores ou de serem adquiridas por empresas maiores.

SérieObjetivoValor captadoPerfil de investidores
Série ACrescimento inicialEntre R$ 5 mi e R$ 15 miVenture Capitalists
Série BExpansão e estruturaçãoAcima de R$ 15 milhõesVenture Capitalists e Private Equity
Série CExpansão internacionalGeralmente acima de R$ 50 miPrivate Equity e fundos maiores

Como Funcionam as Séries A, B e C?

Série A: Acelerando o Crescimento

Série A se concentra em acelerar o crescimento de uma startup que já validou seu produto. Investidores de Série A buscam empresas com uma base de clientes comprovada e um modelo de receita claro. O pitch para esses investidores deve demonstrar o potencial de expansão e como o novo capital será utilizado para escalar a operação.

Dica prática: Para atrair investidores de Série A, é fundamental apresentar métricas claras, como a taxa de crescimento de clientes, geração de receita e a capacidade de expansão da operação.

Série B: Escalabilidade e Estruturação

Durante a Série B, o foco passa a ser a construção de infraestrutura, contratação de uma equipe robusta e a otimização dos processos internos para permitir o crescimento em grande escala. Empresas nessa fase já estão consolidadas em seus mercados e buscam maior participação de mercado ou a entrada em novos nichos.

Série C: Expansão Global e Diversificação

Na Série C, a startup está em um estágio avançado, buscando expansão global e diversificação de produtos. O capital levantado é frequentemente usado para aquisições estratégicas ou parcerias internacionais que ajudem a consolidar sua posição no mercado.

Como Cada Série Impacta a Startup?

Impacto na Governança e Participação Acionária

À medida que as startups captam mais capital nas rodadas de investimento, os fundadores geralmente têm sua participação diluída. Isso acontece porque os investidores adquirem uma parte da empresa em troca do capital investido. Esse processo pode impactar a governança da empresa, com novos investidores exigindo participação nas decisões estratégicas.

Dica prática: Fundadores devem equilibrar o crescimento com a manutenção de controle acionário, negociando termos que protejam seus interesses e evitem diluição excessiva.

Valuation e Perspectiva de Crescimento

Cada nova rodada de investimento aumenta o valuation (valor de mercado) da startup. À medida que a empresa avança para as rodadas Série B e C, seu valuation aumenta, refletindo o sucesso no crescimento e a confiança dos investidores em seu potencial de longo prazo.

Novos Desafios Após Cada Rodada

Com o capital adicional, vêm novos desafios, como a necessidade de escalar operações, integrar novas equipes e manter o ritmo de crescimento esperado pelos investidores. Gerenciar essa escalabilidade é crucial para o sucesso da empresa após cada rodada de investimento.

Principais Investidores e Seus Papéis nas Rodadas de Investimento

Investidores Anjo e Venture Capitalists

Os investidores anjo costumam ser os primeiros a entrar, participando das rodadas seed e, em alguns casos, da Série A. Eles oferecem não apenas capital, mas também mentoria e networking. Já os venture capitalists (VCs) entram em rodadas mais avançadas, geralmente nas Séries A e B, fornecendo capital significativo para empresas que já demonstraram tração.

Fundos de Private Equity

Os fundos de private equity geralmente participam das rodadas mais avançadas, como as Séries B e C. Eles buscam um retorno substancial sobre o investimento e, muitas vezes, têm participação ativa na governança da empresa, influenciando decisões estratégicas.

Tipo de InvestidorRodadas ParticipantesExpectativas
Investidor AnjoSeed, Série AMentoria, capital inicial
Venture CapitalSérie A, Série BExpansão, tração, escalabilidade
Private EquitySérie B, Série CCrescimento global, aquisição estratégica

Jornada das startups no funil de investimentos no Brasil?

Rodada Investimentos

Fonte: Distrito

Você já se perguntou como as startups brasileiras estão evoluindo no caminho dos investimentos? Um estudo feito pelo Distrito Dataminer foi atrás dessa resposta, analisando todas as movimentações de mercado entre 2011 e 2020. A ideia era entender as barreiras que as startups enfrentam na captação de investimentos e como elas se comportam no famoso funil de investimento.

Aqui no Brasil, mais de mil captações ocorreram nos estágios iniciais, Pré-Seed e Seed, mas apenas 281 startups conseguiram atravessar o primeiro grande obstáculo e chegar na tão sonhada Series A. Isso significa que cerca de 75% delas não conseguem dar o próximo passo.

O que isso quer dizer? Basicamente, muitas startups não conseguem escalar, atingir marcos importantes ou provar seu product-market fit. Problemas estruturais ou a dificuldade em levantar uma nova rodada de investimentos acabam barrando seu progresso.

Após esse “primeiro corte”, a taxa de sucesso das startups no funil fica entre 30% e 50% conforme avançam pelas séries de captação.

Avanço nas rodadas Series A e B

Das 281 startups que chegaram à Series A, só 102 avançaram para a Series B — o que representa 36% das que conseguiram levantar uma Series A, e apenas 9,6% do total inicial. Ou seja, menos de 10% das startups brasileiras chegam até a Series B, o que evidencia um grande filtro logo nos primeiros estágios.

Nos estágios mais avançados, o cenário é ainda mais desafiador. Como poucos investidores institucionais brasileiros atuam nesses níveis, a maioria das captações nessas séries mais altas é realizada por investidores estrangeiros. E mesmo que uma startup consiga levantar uma Series B, a taxa de sucesso para a próxima rodada, a Series C, é de apenas 30%, em média.

Estabilidade a partir da Series C

A partir da Series C, o jogo começa a mudar. A taxa de sucesso se estabiliza em torno de 50%, ou seja, metade das startups que captam uma Series C conseguem seguir para uma Series D, e assim por diante. Mas, quando olhamos para startups que chegam à Series E, notamos que são apenas 0,8% do total. Já as que chegam à Series C ou D representam 3,3% e 1,6%, respectivamente.

Isso nos dá um insight importante: 97% das startups não chegam à Series C, reflexo de um ecossistema que ainda está amadurecendo. O grande desafio para os founders brasileiros é justamente cruzar a barreira entre o Seed e a Series A, onde 3 em cada 4 startups falham.

O caminho não é fácil, mas é possível

Empreender é difícil, e esses números deixam claro que apenas 1% das startups fundadas no Brasil chegarão às rodadas de investimento mais avançadas, como Series F e G. Mas o aprendizado está aí: entender o que deu certo para as startups que conseguiram ultrapassar essas barreiras pode ser um grande diferencial.

Para isso, é fundamental ter um bom planejamento, estudar o mercado e, claro, conhecer muito bem o seu negócio. Afinal, cada fase do funil exige uma atenção especial, e só com estratégia e preparo é possível seguir em frente e captar aquela rodada tão desejada.

Considerações Finais

As rodadas de investimento são fundamentais para o crescimento das startups, fornecendo o capital necessário para escalar operações, inovar e expandir para novos mercados. As rodadas Séries A, B e C possuem objetivos diferentes, sendo essenciais em diferentes estágios da empresa. Para os fundadores, é crucial entender como essas rodadas impactam a estrutura acionária e o valuation da startup.

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